Sonhos me lembram
Que não sou daqui
Apesar de estar aqui
Sonhos me despertam
Para aquilo que é real em mim
Minha mais sagrada essência
Sonhos me acordam
Me embalam num aconchego
Da verdade e do amor
Sonhos me ensinam
Que a realidade nem sempre
Representa a verdade
E que a verdade
Está num lugar
Que só o sonho e a magia
Podem alcançar
Adeus pode até arder no peito
Mas quando não tem jeito
O fazemos, a despeito de qualquer dor...
Esperança é como
Quando venta,
E as folhas voam,
E se espalham
Pelo chão...
Da vida ganho
Um não,
E sozinha me enrolo
Como um cão,
Que nada espera,
E que sonha em vão.
Paixões são como
paisagens distantes.
Como quando subimos em um mirante,
E a vista se perde no horizonte...
Na beleza do que não se pode ter.
Na solidão que corta como o vento.
Minha inspiração vem
Dessa solidão inebriante,
Que me aterra em meu agora,
Meu exato instante.
Solidão, meu solo seguro,
Que me segura enquanto
Admiro essa paisagem distante.
O amor é mesmo o tal
é de se aplaudir em pé.
seus milagres
os movimentos,
o que só se faz
em seu nome!
os riscos, os risos,
o sangue que ele diz, corra.
e o sangue corre!
deixando rubro o rosto,
e quente o coração..
o amor é o guia
o caminho
o destino
o que desejamos, procuramos.
é ele mesmo o tal.
aqui nesse plano,
é o amor
que nos aproxima do divino.
é quem sopra a vida,
nutre e anima.
ah o amor...
como inspira
seu simples anúncio,
a ideia de vivencia-lo.
as portas que abrimos,
e dizemos para entrar.
o convite...
as palavras sussurradas,
onde chamamos amor.
Que entre,
e faça festa em nós
O sabor acre do real
Da nó na alma.
Ancora na matéria
Um prazer sem ilusão,
A coisa em si,
Sem filtros, cru.
Uma nudez que emudece
Y entorpece.
O sabor acre do que é real
Me escorre como mel, saceia
Me confunde os sentidos.
Não me encaixo
No junk da maioria
Gosto do sabor acre
Da polpa da vida.
L.P.
